O verão é tempo de férias, viagens e descanso. É também o período em que as pessoas se expõem mais a riscos de saúde típicos da estação, as chamadas doenças de verão. A começar pelo câncer de pele, que pode ser provocado pela exposição exagerada sem proteção ao sol. “É ideal tomar sol antes das 10h e depois das 16h, sempre usando protetor solar com, pelo menos, fator de proteção 30”, alerta Dr. Ivan França, Diretor do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do A.C.Camargo Cancer Center.
Hidratação e mãos limpas
A desidratação, provocada pela falta de ingestão de água é outra doença muito comum durante essa época. É normal achar que as bebidas alcoólicas cumprem esse papel, mas nada disso! Deve-se tomar bastante água, sucos de frutas, água de coco ou chás, principalmente depois de atividades físicas, recomenda Dr. Ivan.
Além da boa hidratação do corpo, a alimentação equilibrada – mesmo quando se está na paia ou na piscina –, não pode ser deixada de lado. Mas cuidado para não beber água contaminada nem ingerir frutas ou verduras cruas que estejam mal lavadas. Evite alimentos que você não sabe a procedência, prefira alimentos cozidos e não se esqueça de lavar bem as mãos ou higienizá-las com álcool gel antes das refeições, pois esses cuidados previnem intoxicações alimentares e hepatite A (problemas que se manifestam inicialmente com diarreia e vômitos).
Outra doença típica da estação que requer cuidados é a conjuntivite, que também exige mãos limpas. No entanto, Dr. Ivan alerta que a doença pode ser causada por vírus e bactérias que são transmitidos por meio do contato entre as pessoas e por objetos de uso pessoal que não devem ser compartilhados, como óculos e toalhas. A recomendação é procurar um médico imediatamente ao notar sinais típicos da conjuntivite, como secreção, irritação e vermelhidão nos olhos.
Piso contaminado e água parada
A lista das doenças de verão inclui também as micoses de pele, provocadas pelo contato com areia da praia ou com a água que fica no piso ao redor das piscinas. Para diminuir esse risco, a dica é usar calçados para caminhar à beira mar e em pisos molhados, e optar por piscinas que exijam exames médicos dos frequentadores.
Outros perigos para quem anda descalço são o bicho geográfico, transmitido pelo contato com fezes de animais, e a leptospirose, causada pela bactéria presente na urina de animais, principalmente o rato. Segundo Dr. Ivan, o bicho geográfico é muito comum em areias de praias frequentadas por cães, enquanto que a bactéria transmissora da leptospirose, presente em lamas e água de enchente, penetra no organismo através da pele.
Importante lembrar que no verão a tendência é acumular água em locais a céu aberto, que se tornam criadouro do vírus transmissor da dengue e da febre chikungunya “Evitar água parada em vasos, pneus, caixas destampadas, é um cuidado fundamental”, frisa o médico.
Fonte: Dr. Ivan França, Diretor do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do A.C.Camargo Cancer Center – CRM 93300.