O plano Novo Feas utiliza em seu modelo de custeio um mecanismo de socialização baseada em renda, no qual os valores das contribuições são definidos por grupo familiar, na forma de percentual incidente sobre os rendimentos dos titulares, sem observar as faixas etárias e a quantidade de pessoas no grupo familiar.
O modelo de custeio com socialização baseada em renda pressupõe que aqueles que ganham mais se dispõem a subsidiar os que ganham menos e aqueles que possuem maior número de dependentes. Este modelo funciona melhor com a existência de um patrocinador para garantir o equilíbrio da operação ou quando há um grande fluxo de novos entrantes nos planos.
O Fundo FEAS exerceu esse papel ao longo de vários anos, subsidiando a operação dos planos Feas enquanto teve condições financeiras. No entanto, com o exaurimento dos recursos disponíveis o Fundo perdeu essa capacidade de patrocínio dos planos e foi necessário a adoção de medidas para elevar a participação dos beneficiários no custeio das despesas.
Além disso, as contribuições definidas com base na renda dos titulares têm resultado em desequilíbrio nos planos, na medida que os salários são reajustados anualmente por índices muito inferiores à variação dos custos assistenciais (inflação médica). Entre esses aspectos, há ainda o impacto de outras variáveis como o comportamento da sinistralidade e a constante inclusão de novos procedimentos e tecnologias na lista de cobertura definida pela ANS.
Assim, a extinção do plano Novo Feas busca evitar prejuízos ao Instituto e aos participantes em razão da falta de sustentabilidade do modelo de custeio, sem o subsídio do Fundo Feas.